26/12/05: Campinas/SP - Campo Mourão/PR
Depois de uma noite até que bem dormida, dada a ansiedade pela viagem, saio de casa por volta das 6h15 da manhã. Passo no posto de gasolina, encho o tanque e os pneus e estou rodando em direção ao Chile. O começo da viagem é muito chato, todas as estradas são conhecidas. Pego a Santos Dumont e depois a estrada que liga esta à Castello Branco. Na Castello Branco, começo a brincar de aferir o hodômetro pra passar o tempo. Acho que foi a aferição mais precisa da história... Cerca de 200 km fazendo bater as placas na beira da estrada com o que indicava o painel da moto. Aproveito que estou sozinho e descansado pra andar um bom tanto sem parar. Mais precisamente 401 km sem descer da moto. Caramba! Olha que eu sou daqueles preguiçosos que gosta de parar a cada 150-200 km, mas o estado de espírito fica realmente diferente quando se parte pra uma viagem mais longa. Paro no Graal de Sta Cruz do Rio Pardo, já quase chegando no Paraná, onde encho o tanque e como um pão de queijo. Em 15 minutos estou rodando de novo. Pego o único trecho de estrada ruim que enfrentei, nesta viagem, no Brasil, que é o trecho de estrada federal próximo a Ourinhos. O Estado de SP é cheio de fazer isso: abandonar as estradas federais pra gente dar valor às estradas pedagiadas. Eu não caio nessa, não. Acho que o Estado tem sim que prezar por nossa segurança, independente de quem seja a responsabilidade, afinal não são poucos os impostos que pagamos, via de regra por nada... Entro no Paraná e já começa a chateação dos pedágios. Cadê a AMO-PR pra fazer um movimento contra esse absurdo? Alguém tem um estudo por aí que diga que uma motocicleta de 200 kg causa o mesmo estrago na rodovia que meio carro de 1200 kg? Afinal, a moto paga o mesmo que um eixo de um carro, não é? Bom, cumpri o procedimento nos pedágios que fizemos quando inventaram de nos cobrar aqui em São Paulo (e logo desistiram, por bom senso). Paro a moto, tiro as luvas, abro a pochete, tiro a carteira, pego uma nota (normalmente a mais alta que tiver), pago, pego o troco, guardo na carteira, guardo a carteira, fecho a pochete, coloco as luvas e saio. Dá dó do carro de trás, mas fazer o quê? Num dia de chuva fica ainda melhor... Do norte do Paraná até Foz do Iguaçu deve ter uns dez pedágios. Bidirecionais, pra melhorar o humor. Com tudo isso, você deve esperar uma pista com 5 faixas por lado, iluminada, escoamento perfeito e curvas com inclinação na medida. Que nada! A estrada é boa, mas não passa de uma pista simples, de mão dupla, com acostamento pavimentado. Minha idéia era parar em Maringá para dormir. Atravesso a cidade e não acho um hotel na avenida que peguei. Não vou entrar para o centro da cidade caçar hotel com o calor que estava. Sigo em frente. Já que a viagem está rendendo, penso em ir até Foz do Iguaçu de uma vez, mas minha reserva de hotel é só para o dia seguinte, e vou ter que procurar hotel por lá também. Entro em Campo Mourão e encontro um hotel bem localizado, simpático, e barato. Chama-se Sta Maria, tem frigobar com cerveja geladinha, ar condicionado gelando e uma ducha bem potente. Do hotel ligo pro Jorge Queiroz, amigo da minha época de vulcaneiro, que morava em Itu/SP e atualmente mora em Goio-Erê, a uns 100 km de onde estou. Ele pega a moto e vai a Campo Mourão tomar uma cerveja comigo. Jorge vai embora, eu saio pra jantar, volto pro hotel e durmo tranquilo.
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