31/12/05: San Pedro de Atacama/CHI

 

Na noite anterior não tinha água pra tomar banho no hostal. Por sorte, minha pasta de dente é líquida, então no mínimo a higiene bucal foi feita. Acordei cedo e fui tomar banho. Água tem, mas não esquenta. Achei que fosse aquecimento solar e o sol ainda estava nascendo, mas o aquecimento é a gás e simplesmente a chama-piloto tinha se apagado com o vento. Várias vezes tivemos problemas com água, mas sempre levamos com bom humor e consideramos como "concessões do deserto". No nosso hostal (Terracota) tem desayuno, e foi o melhor que experimentamos tanto na Argentina quanto no Chile.

Caminhando pela cidade, encontro o Oswaldo, meu companheiro de motoclube, que está rodando a América do Sul de mochilão junto com a Manu. Vamos passar o Réveillon juntos, depois ele parte pro Sul do Chile e da Argentina.

Pegamos as motos e vamos ao Vale da Lua. A entrada é paga, mas barata. É administrado pelos índios. Boa idéia a dos chilenos. Poderiam fazer igual aqui no Brasil, colocar os índios para administrar nossos parques nacionais. Afinal, quem mais do que eles conhece nossa natureza?

O Vale da Lua tem uma beleza ímpar. Mesmo tendo rodado o dia anterior todo cruzando os Andes, não deixa de ser surpreendente a paisagem a cada curva.

O problema é subir as dunas pra apreciar melhor a vista. Na foto ao lado, fiquei com meio metro de língua pra fora pra subir uns 100 metros de duna.

 

Marcelo fotografando Karla no Vale da Lua

Sonho de todo moleque "trilheiro": pilotar uma moto de rally no deserto, ao estilo Paris-Dakar

Há caminhos preferenciais pelo Vale da Lua, mas com uma moto apta e um pouco de braço dá pra pegar umas trilhas muito bacanas, chegar em locais pouco visitados, ver paisagens diferentes dos demais turistas.

A estrada principal é bem mantida, com alguns trechos de areia fofa pra dar um pouco de emoção. A foto "Paris-Dakar" ao lado foi tirada pelo Erlon.

As pedras apresentam formas estranhas, sendo possível visualizar pessoas e animais "esculpidos" pela natureza nas pedras, como bem observou o João Celso.


Saindo da estrada para procurar vistas diferentes

 

Trilhas incríveis no Vale da Lua

Andei o vale todo, saí, voltei, e parei junto aos turistas pra tirar uma foto na principal duna do vale. A caminhada é puxada, por causa da altitude.

A garrafa de água mineral está sempre à mão. Se não estou com a garrafa, é porque o camelbak está nas costas.

Dei sorte de subir quando a duna estava relativamente vazia de gente, então as fotos saíram bacanas. As fotos minhas na duna foram tiradas pela Karla.


Que tal a sensação de pilotar na Lua?


Mistura de duas músicas do Pink Floyd: Confortably numb e Learning to fly

Mais de longe, pra ter noção da dimensão


O pôr-do-sol no Vale da Lua

 

O sol começa a baixar, e saio do Vale em busca de um lugar legal pra tirar uma foto do pôr-do-sol. Antes disso, preciso encontrar um local um pouco reservado pra devolver à terra parte dos litros d'água que tomei no dia. Difícil encontrar um local reservado no deserto... Até a hora em que encontro e me alivio, o sol já baixou. E não foi a única vez que perdi o pôr-do-sol nessa viagem.

A foto ao lado foi o máximo que consegui do "lusco-fusco".

Encontro com o Erlon e tiramos umas fotos um do outro, do pôr-do-sol, brincando com as motos, etc.


Brincando com a KTM no areião, ao pôr-do-sol

Eu, refletido no capacete do Erlon. Uma paródia com a foto de 1969, do homem pisando na Lua. Até que a paisagem é semelhante

Vamos embora para o hotel, nos preparar para o Réveillon. Roupa branca, ninguém tem.

Saio para fazer "compras". Um único mercadinho está aberto. Acho pão (parece pão sírio o que eles comem lá), manteiga, uns patês (inclusive um de lesma, que por sorte sumiu e ninguém comeu), algumas frutas. Acho que foi o Réveillon mais simples que nós já tínhamos passado.

Mas tínhamos um monte de champanhe Chandon que compramos na Argentina a preço de banana.

Lá pela uma da manhã saímos à cidade pra ver o movimento. Tudo muito parado. Só no Adobe (um bar/restaurante) está tendo festa.

 

Réveillon no Terracota. Da esq. p/ dir., de pé: Teresa, Fátima, Rosângela, João Celso e Erlon. Sentados: eu, Marco Polo, Oswaldo, Marcelo, Karla e Manu

Voltamos pro nosso hotel. No caminho, temos que fugir de uns gringos que estão invadindo todos os hotéis em busca de festas. Conseguimos! Vamos dormir felizes e cedo, pois no dia seguinte tem passeio com horário marcado.

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