A viagem começa cedo porque a maior atividade dos gêiseres vai até o meio da manhã, no máximo. Brincamos dizendo que o demônio é preguiçoso e cansa logo de botar lenha na caldeira pra fazer os olhos d'água funcionar...

A guia é uma local com uma boca desproporcional, que o Marcelo logo apelidou de Cicarelli. Ela avisa que subiremos bastante e que é normal gente passar mal. Mas a gente tinha acabado de cruzar os Andes e não tivemos problema nenhum.

A viagem é chata: a estrada é ruim e tem muita poeira de outros furgões. Eu improviso um "filtro de ar" com minha toalha para conseguir dormir.

O gêiser é uma amostra grátis do inferno como a Igreja nos mostrou. Água quente e mal-cheirosa, pois tem enxofre em sua composição. Mas é bacana ver o movimento das águas e o barulho que as mesmas fazem ao subir com pressão. Os gêiseres da Bolívia são bem mais fortes e bonitos, dizem.

Em meio aos gêiseres, uma piscina com água quente e "nadável". João Celso e Teresa colocam a roupa de banho e se divertem a valer. Na saída, João faz como os gringos e se troca com o bundão à vista de todos, uma imagem que eu não tenho em foto e, a bem da verdade, não gostaria de ter sequer em minha memória...

No caminho de volta, Cicarelli vai nos mostrando e explicando sobre a vegetação e a fauna do local.

Paramos para fotografar algumas lhamas, e percebo que uma lhama-mãe está limpando um recém-nascido. Depois encontro com Oswaldo, que passou por lá 5 minutos antes, e descubro que ele fotografou o parto todo, e sua câmera tem zoom, de modo que ficou muito melhor do que minha foto ao lado.

Seguimos apreciando belíssimas paisagens no caminho de volta a San Pedro. O motorista é bom, mas a folhinha de maconha dependurada no espelho retrovisor não inspira lá muita confiança...

A lhama-mãe rodeada por um filhote maior e outro recém-nascido